Relacionamentos Promissores
Relacionamentos Promissores: O que são, e como mantê-los?
Em tempos de liquidez afetiva (Bauman, 1999), estabelecer relações promissoras parece impensável. Tanto na vida familiar, profissional, afetiva ou pessoal, os relacionamentos se configuram como utilitaristas, ou seja, existe uma tendência a pensar sobre os relacionamentos em termos de perdas/ganhos. Não que esta ideia seja totalmente equivocada, afinal todos querem dar e receber algo. Talvez o equívoco aqui seja o que se espera em troca?
Numa sociedade cada vez mais individualizada como a nossa, onde a competitividade é palavra de ordem, somos condicionados a ver o outro como nosso "rival", alguém que vai tirar aquilo que conquistamos.Neste cenário, as relações são marcadas por forte desconfiança.
É possível confiar no outro?
Naturalmente, a resposta não é tão simples. Seria leviandade afirmar que todas as pessoas são dignas de confiança ao primeiro contato. É preciso conhecer seus princípios, sua forma de se relacionar, suas esperanças, etc. No entanto, não é saudável manter-se em estado de alerta e desconfiança continuamente. É preciso arriscar-se um pouco no momento de estabelecer novos relacionamentos, O ideal é conhecer o momento certo de investir e recuar. Ressaltando que também somos avaliados pelos outros...
Confiança é suficiente?
É um ingrediente importante, mas não é suficiente.
Para estabelecer relações saudáveis é importante que haja EMPATIA, ou seja a capacidade de colocar-se no lugar do outro, compreender o que e o porquê sente aquilo que sente.
Especialmente nos relacionamentos amorosos, a falta de empatia colabora para minar relações que pareciam promissoras a princípio.
O papel da Empatia nas relações
Embora seja difícil, praticar a empatia não é algo impossível, nem exige "cursos de especialização", mas é necessário que deixemos nossa "zona de conforto" para entrar na zona de conforto do outro, por um momento apenas, retornando para a nossa assim que possível. Não se trata de mudar de ponto de vista, mas colocar-se no lugar do outro para entender seu contexto.
Ao se colocar no lugar do outro, fica mais fácil compreender as variáveis que o levam a agir de determinada forma, seus pensamentos, sentimentos e comportamentos.
Que fique bem claro: colocar-se no lugar do outro não de ser entendido como adotar sua personalidade forma permanente, ao contrário, é "ir até ele e voltar para você em seguida".
Também não é concordar com seus valores, ou aceitar seus comportamentos equivocados. É apenas compreender para não cometer julgamentos prejudiciais à relação.
Na prática ter empatia com o outro é compreender que se o outro está triste, é porque aconteceu algo fora das relação, e dar ao outro o tempo suficiente para se refazer do susto.
Talvez a dificuldade em praticar a empatia nas relações amorosas se dê pelo simples fato de que um dos pares (as vezes os dois) se colocam como centro do universo da vida do outro, e acreditam viverem numa bolha onde nada mais os afeta, apenas o amor deve bastar, ignorando as variáveis que vêm de fora. Este quadro é comum nas paixões iniciais (quando parte do cérebro está ocupada em produzir ocitocina para promover a vinculação e o senso crítico está prejudicado). Neste cenário mental, praticar a empatia é difícil , pois é natural que o indivíduo exija toda atenção para si. Mesmo assim, é possível ser empático, justamente para viver uma relação mais saudável quando a paixão diminuir.
Conclusão:
Relacionamentos promissores exigem, confiança, compreensão e empatia.
Exigem um pouco mais... É preciso enxergar o outro como ele é, sem deixar de ser você mesmo.
É preciso ir ao outro, e saber voltar para si.
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Pulicado originalmente em 15 de dezembro de 2015
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