De acordo com pesquisas demográficas, é evidente que o amor romântico está perdendo, em certa medida, a importância que já teve em nossas vidas.
Dados do Escritório de Estatísticas Nacionais do Reino Unido indicam que o número de pessoas vivendo sozinhas está projetado para crescer em mais de 10 milhões até 2039.
Além disso, apenas cerca de um em cada seis britânicos acredita atualmente na ideia de que existe "uma pessoa certa".
Essa mudança de perspectiva reflete um crescente reconhecimento de que o amor romântico não deve ser o objetivo final de nossas vidas.
Segundo especialistas, essa transformação é impulsionada, principalmente, pelas mulheres, que estão se sentindo cada vez mais livres para viver suas vidas sem depender de um parceiro ao seu lado.
Essa nova abordagem permite que as pessoas explorem diferentes caminhos e se concentrem em seu crescimento pessoal, carreira, amizades e realizações individuais.
Elas reconhecem que a felicidade não está necessariamente ligada a um relacionamento amoroso tradicional, mas pode ser encontrada em diversas áreas de suas vidas.
Essa mudança de perspectiva também abre espaço para a valorização de outros tipos de relacionamentos, como amizades íntimas e familiares, que podem oferecer apoio emocional, compartilhamento de experiências e conexões significativas.
No entanto, é importante ressaltar que essa mudança não significa que o amor romântico tenha se tornado irrelevante. Para muitas pessoas, o relacionamento amoroso continua a ser uma fonte importante de conexão, intimidade e felicidade.
A diferença está em reconhecer que existem diferentes formas de se encontrar realização e plenitude na vida.
Cada pessoa tem o direito de escolher o estilo de vida que mais lhe convém e encontrar a felicidade de acordo com seus próprios valores e necessidades.
A chave está em desenvolver uma compreensão mais ampla do que significa ser feliz e realizado, e não limitar essa busca a um único tipo de relacionamento.
Nessa jornada de autodescoberta, um psicólogo pode ser um aliado valioso, auxiliando no processo de reflexão, autoconhecimento e tomada de decisões que levem a uma vida mais satisfatória e significativa, independentemente do papel que o amor romântico desempenhe nessa trajetória.
O declínio do amor romântico
Nas sociedades ocidentais, muitas vezes somos apresentados ao amor por meio de uma narrativa clichê que retrata duas metades se unindo para se sentirem completas. Essa história é frequentemente reproduzida na literatura, no cinema e na televisão, mas pode ser bastante prejudicial quando é enfatizada como a única forma válida de amor na realidade.
Essa é a opinião da antropóloga Anna Machin, que dedicou quase duas décadas de sua carreira ao estudo das diferentes formas de amor. Segundo Machin, a obsessão pelo amor romântico - aquele que envolve uma relação íntima entre dois parceiros ou é manifestado por meio de uma atração emocional por outra pessoa - pode nos fazer esquecer a importância de outros tipos de amor.
A pesquisadora da Universidade de Oxford, no Reino Unido, enfatiza que não dependemos exclusivamente do amor romântico em nossas vidas. Existem muitas outras formas de amor capazes de satisfazer nossas necessidades emocionais e afetivas.
Ao focar excessivamente no amor romântico, corremos o risco de negligenciar outras formas de conexão e relacionamentos significativos, como o amor fraternal, o amor filial, o amor entre amigos e o amor próprio. Cada um desses tipos de amor desempenha um papel fundamental em nossa vida, contribuindo para nosso bem-estar emocional, senso de pertencimento e felicidade.
Reconhecer e valorizar essas diferentes formas de amor nos permite cultivar relacionamentos saudáveis e significativos em todas as áreas de nossa vida. Além disso, essa perspectiva ampliada nos permite encontrar satisfação e realização em diversos aspectos da vida, não apenas em um relacionamento amoroso romântico.
É importante lembrar que não existe uma única fórmula para o amor e que cada pessoa tem o direito de definir o que é amoroso e satisfatório para si. Ao abraçar a diversidade de experiências e expressões do amor, nos tornamos mais capazes de construir relacionamentos autênticos e gratificantes.
Portanto, é essencial questionar os estereótipos e os ideais românticos excessivamente idealizados que nos são apresentados.
Devemos buscar uma compreensão mais ampla do amor, reconhecendo que ele pode se manifestar de diferentes maneiras e que todas elas são válidas e importantes para o nosso bem-estar emocional.
Para obter fontes específicas e atualizadas sobre o assunto, recomendo consultar artigos acadêmicos, livros e estudos científicos que abordam temas como psicologia dos relacionamentos, antropologia do amor, teoria do apego e outras áreas relacionadas.
Alguns pesquisadores conhecidos que escreveram sobre o tema incluem:
- Anna Machin - Antropóloga e autora de livros como "The Love That Made Mother Teresa" e "The Life of Dad: The Making of a Modern Father".
- Robert J. Sternberg - Psicólogo e autor de teorias sobre o amor, como a "Teoria Triangular do Amor".
- Barbara Fredrickson - Psicóloga e pesquisadora que explora o papel das emoções positivas, incluindo o amor, na saúde e no bem-estar.
Esses são apenas alguns exemplos, e há muitos outros acadêmicos e especialistas que contribuíram para o estudo do amor e dos relacionamentos humanos.
Ao consultar fontes confiáveis e embasadas em pesquisas, você terá acesso a informações mais detalhadas e atualizadas sobre o assunto.
Obrigada pela leitura.
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