Relacionamentos: como a psicoterapia pode ajudar


O que pode conduzir ao fracasso da relação? Abaixo estão elencados alguns tópicos:
  • excessiva idealização que se faz do relacionamento;
  • projeções de características internas;
  • excesso de expectativa;
    Relacionamentos: como a psicoterapia pode ajudar

  • visão egocêntrica (receber mais do que doar);
  • falta de empatia;
  • excesso de exigências;
  • dependência extrema;
  • dentre outros motivos..


1. Excessiva idealização que se faz do relacionamento;


Embora os contos de fada só dão certo nos livros de estórias infantis, algumas pessoas tendem a acreditar que podem ser perfeitos na vida real.


É fácil conviver com príncipes e princesas, mas quando estes se transformam em "sapos" ou "bruxas", existe uma tendência à negar a situação, buscando transformar-los em personagens que caibam nos seus sonhos


Como contornar:

Aceitando a versão mais realista dos fatos: ele tem características próprias; ela também; aquilo que pra um ou outro é considerado "defeito", pode ser um comportamento adaptativo para o outro.


Seria adequado aqui fazer alguns ajustes, conversar sobre o que é possível mudar e o que deve ser aceito.


Por exemplo:


Uma situação bastante corriqueira é o uso do Whatsapp: as vezes um dos pares envia mensagem e o outro visualiza, mas está impossibilitado de responder.


Aquele que enviou a mensagem geralmente sente-se rejeitado, mas o que o recebeu certamente não tinha esta intenção.


Portanto, cabe aqui um olhar ampliado sobre a situação: será que o simples fato de não responder a mensagem significa mesmo uma rejeição?


Outros comportamentos do parceiro não poderiam servir para quebrar esta crença?



2. Projeções de características internas.



No começo da paixão, é muito frequente que os enamorados percebam os pontos em comum e ignorem os diferentes.


As características que aproximam os dois tendem a ser reforçadas, porém, isto não significa que o parceiro seja uma cópia fiel, ou mesmo que venha a se transformar.


Não é adequado atribuir ao outro características próprias como se fossem dele.

Por exemplo: Ele gosta de engenharia, Ela gosta de sociologia.


Os enamorados tendem a perceber e acentuar os pontos em comum destes saberes, uma vez que isto faz com que sintam-se próximos do seu par afetivo.


Neste caso, eles podem destacar que ambos são universitários, ambos fazem um curso que tenha relevância social, etc.


Na projeção também podemos mencionar a inferência acerca de sentimentos e emoções internas. è comum que quando um dos pares sente uma emoção de forma individual, espere que o outro também a sinta, o que nem sempre ocorre,



Assumir as diferenças e amar o outro apesar delas.




3 . Excesso de expectativa;



Esperar que o outro mude características naturais, gostos, tendências, formas de agir, de se relacionar, de sentir, de pensar, é esperar o impossível.


Naturalmente, o outro pode mudar algumas formas de comportamento e pensamento, se for conveniente pra si mesmo,


Logo, a expectativa excessiva sobre outro pode ser prejudicial na construção de uma relação.


Como lidar: diminuindo as expectativas, focando em características mais realistas do outro.



4. Visão egocêntrica (receber mais do que doar);


Quando nos relacionamos, esperamos alguma gratificação; esperamos que o outro cumpra algumas de nossas exigências reais ou imaginárias.


Porém, é importante que saibamos doar, ceder, cuidar, compreender e amparar.


Exigir doação, cuidados, compreensão e acolhimento sem dar nada em troca é a maneira mais fácil de minar qualquer relacionamento.


Como lidar: aprendendo a ceder, minimizando as exigências pueris ou absurdas; negociando as exigências que são fundamentais para o sustento da relação.



5. Falta de empatia


Desnecessário dizer que nas relações afetivas, a empatia é fundamental, pois sem ela fica impossível compreender o que o outro está sentindo. Porém, embora seja necessário sentir empatia pelo outro, isto não significa ceder sempre.

Você pode empatizar com a dor do outro, compreender, acolher, ajudar a contornar, de forma que não lhe traga maiores prejuízos.

Quando os relacionamentos estão chegando ao final é comum que um dos parceiros (ou ambos) percam a empatia pelo outro; percebemos isto nos relacionamentos que terminam por Whatsapp, por email, etc., levando o outro possa se perceber como algo descartável.



Por isso a empatia é fundamental, tanto para iniciar uma relação, quanto para termina-lá. Pessoas não são descartáveis


6. Excesso de exigências

Exigir algo de alguém, por si só, já é inadequado.
Exigir demais é condenável, pois coloca o outro no papel de subalternidade, como se ele vivesse apenas para satisfazer exigências inúteis e pueris.

Claro que existem excessões: algumas exigências ajudam a melhorar o relacionamento, colaborando para o bem estar de todos.


Posso citar como exemplo quando uma esposa exige que o marido deixe de beber, para que a família possa ter uma vivência mais saudável.



As exigências que devem ser evitadas, são aquelas que visam atender a satisfação egóica de apenas uma das partes.


Só pra ressaltar: numa relação não há senhor e escravo (ou senhora e escravo); existem apenas dois seres tentando viver da melhor forma, portanto as exigências devem ser negociadas.




7. Dependência afetiva

Relacionamentos não são fusões de individualidade; não são simbioses.


São apenas relações onde cada um deve colaborar para o bem estar da relação e do outro.


Deste modo, não é saudável entregar as chaves da vida nas mãos do parceiro (a) para que ele tome decisões. É fundamental preservar a iniciativa de tomar decisões, e conseguir se comportar individualmente.





Se pararmos para analisar as relações, vamos encontrar outros motivos que colaboram para minar a relação desde a base.


Por isso é fundamental que as relações sejam transparentes ao máximo, preservando (evidentemente) a individualidade do outro.

Cabe a cada um pensar nos motivos particulares que supostamente estão levando o relacionamento à falência, refletir sobre eles, e tentar contorná-los da melhor forma possível.


Um bom relacionamento se faz com base na confiança, do cuidado, da liberdade, da transparência e do amor.


Como a psicoterapia pode ajudar a identificar relacionamentos fracassados


A psicoterapia pode desempenhar um papel fundamental na identificação e compreensão de relacionamentos fracassados. Aqui estão algumas maneiras pelas quais a psicoterapia pode ajudar nesse processo:

Exploração de padrões recorrentes: 

Através da terapia, você pode analisar seus relacionamentos passados e identificar padrões de comportamento ou dinâmicas que podem ter contribuído para o fracasso desses relacionamentos. 

Isso pode incluir padrões de comunicação, de escolha de parceiros, de evitação emocional, entre outros. Identificar esses padrões pode ajudar a compreender como suas ações e reações podem ter influenciado os resultados dos relacionamentos.

Reflexão sobre crenças e expectativas: 

A psicoterapia oferece um espaço para refletir sobre suas crenças e expectativas em relação aos relacionamentos. Muitas vezes, temos ideias preconcebidas sobre como um relacionamento deve ser ou quais características um parceiro deve ter. Essas crenças e expectativas podem ser irrealistas ou disfuncionais, o que pode levar a dificuldades nos relacionamentos. A terapia pode ajudar a examinar e modificar essas crenças, permitindo a construção de relacionamentos mais saudáveis e satisfatórios.

Identificação de traumas e feridas emocionais: 

Relacionamentos fracassados podem ser influenciados por traumas passados ou feridas emocionais não resolvidas. 

A psicoterapia proporciona um ambiente seguro para explorar e processar essas experiências, permitindo que você trabalhe na cura dessas feridas. 

Ao lidar com esses aspectos emocionais, você estará mais preparado(a) para estabelecer relacionamentos saudáveis no futuro.

Desenvolvimento de habilidades interpessoais: 

A psicoterapia pode ajudar a desenvolver habilidades interpessoais essenciais para construir relacionamentos saudáveis. Isso inclui aprimorar a comunicação, aprender a expressar suas necessidades e emoções de forma adequada, estabelecer limites saudáveis e praticar a empatia. 

Através do apoio da psicoterapia, você pode adquirir as ferramentas necessárias para estabelecer relacionamentos mais positivos e satisfatórios.

Fortalecimento da autoestima e confiança: 

Relacionamentos fracassados podem afetar negativamente a autoestima e a confiança em si mesmo(a). 

A psicoterapia pode ajudar a fortalecer sua autoestima, permitindo que você se sinta mais seguro(a) e confiante em suas interações sociais e relacionamentos. 

Isso pode ajudar a evitar relacionamentos disfuncionais no futuro e a tomar decisões mais conscientes


Escrito por Psicologa sp - Maristela Vallim Botari - Psicóloga clínica na Av. Paulista
Psicóloga SP - Terapia