Apego| desapego
Apegar-se e desapegar-se parece simples: é como se viéssemos com uma chave "lida-desliga" ou melhor, "apega-desapega", que pudéssemos manejar de acordo com a nossa vontade.
Apego
O comportamento de apego é fundamental para que possamos estabelecer vínculos de confiança com as pessoas do nosso meio e tem suas origens na infância (de acordo com alguns teóricos entre 06 e 18 meses).
De acordo com Bowlby (1990) o apego é um mecanismo instintivo que favorece a capacidade de exploração da criança, evitando assim se distanciar dos cuidadores que lhe transmitem a sensação de segurança, especialmente quando se depara com potenciais perigos.
Sendo assim, podemos entender que formar vínculos de apego é essencial para que possamos estabelecer relações seguras em qualquer idade. Mas para que estes vínculos sejam efetivamente seguros é importante que o indivíduo possua a capacidade de confiar no outro, e se colocar como um elemento confiável na relação.
Portanto, apegar-se é importante.
O que deve-se questionar neste caso não é o comportamento de apego em si, mas a forma como o apego é demonstrado. Uma das formas inadequadas de demonstrar apego é "cercar" o outro e exigir atenção exclusiva, levando-o a ter prejuizos de ordem social ou emocional. Outra forma inadequada de demonstrar apego e á "chantagem emocional" que visa o benefício de quem a faz, em detrimento da relação.
Desapego
Naturalmente se o apego é importante para promover relações confiáveis, o desapego não é algo tão fácil. Não basta simplesmente colocar a "chavinha" no modo off. É necessário desconstruir os vínculos que formaram a relação de apego, como quem desconstrói um muro, tijolo-a-tijolo.
O desapego deve ser algo lento e gradual, pois quando algo se vai, deixa um "vazio" que não pode ser preenchido por nada. É importante dar tempo para compreender este vazio, conviver com ele, aceitá-lo e depois de algum tempo, buscar a formação de novos vínculos, com novos significados.